Atualmente, o Núcleo Interdisciplinar Kairós - Pensamento da Arte e da Linguagem (NIK/UFPA) tem como foco o desenvolvimento do projeto de pesquisa coordenado pelo Prof. Antônio Máximo Ferraz, intitulado "O trágico na Modernidade Literária Brasileira".
Objetivamos
verificar como obras escolhidas da modernidade literária, principalmente
brasileira, sem prejuízo de outras literaturas, elaboram a questão do
trágico. No âmbito da pesquisa, o trágico não é visto como o funesto,
mas como a dimensão criativa do real que, por estar sempre sendo, em constante devir, repõe permanentemente o homem das tentativas de conceituação ao manancial originário das questões. É o trágico que, entendido em sua dimensão criativa, destina o homem a se constituir em um ser da arte e para a arte, para quem o sentido do real se mostra na vigência ontológica da linguagem. É o trágico que destina cada existência a se constituir uma permanente questão para si mesma.
Percorrendo a questão do trágico, estaremos aptos a contornar a imposição de poéticas extrínsecas à obra, de cunho analítico-metodológico no trato com a arte, em favor de uma postura de ausculta da poética que cada obra intrinsecamente instaura.
Percorrendo a questão do trágico, estaremos aptos a contornar a imposição de poéticas extrínsecas à obra, de cunho analítico-metodológico no trato com a arte, em favor de uma postura de ausculta da poética que cada obra intrinsecamente instaura.
As principais obras a serem abordadas, no âmbito do projeto de pesquisa, além de outras que vierem a se somar, são: Avalovara e Nove, novena, de Osman Lins; Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa; e Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Estas são autênticas representantes da modernidade literária, na medida em que trazem para a própria construção da narrativa a consciência de que o real é um constructo cujo sentido se realiza não "com" a linguagem, mas "na" linguagem. Ou seja: não como se ela fosse um mero instrumento com o qual o homem se comunica, tal qual habitualmente é percebida, mas como a abertura originária em que o homem se realiza em sua humanidade.
Não é sem motivo que o jagunço Riobaldo nos diz que "o que é para ser -- são as palavras!" (Guimarães Rosa).
Prof. Antônio Máximo Ferraz
Não é sem motivo que o jagunço Riobaldo nos diz que "o que é para ser -- são as palavras!" (Guimarães Rosa).
Prof. Antônio Máximo Ferraz
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